Do caminho da faculdade até em casa, eu ouvi Tulipa Ruiz
cantando “Devo lhe dizer que a vida curta, que eu amei você, amei sem culpa!”.
Eu acho bonito esse amor sem culpa, sem medo. E o amor, no fim, não é quase que
um instinto? Se eu, institivamente, amo meus amigos por sê-los quem são e ter a
relevância que têm, e amo meus pais. E amo, também, o que não é humano ou o que
não tem vida, como as noites chuvosas repletas de trovões, ou uma música que
ponho pra repetir quinze vezes, já que ela fala exatamente sobre o que eu
sinto, ou, ainda, como eu amo saber que sempre há um dom de amar de novo. E
esse amor que ocorre de novo, não aos amigos, família ou situações e objetos,
mas amar a alguém que apareceu quando outro fez parecer que esse sentimento tão
bonito, fosse banal. A beleza está nisso, ele não o é!
O amor então é uma construção? A gente constrói, teoricamente
a quatro mãos e dois corações dispostos. Mas, depois de um tempo ele morre? Com
o cair das folhas do calendário, então, as pessoas se acomodam a um outro
alguém, a um fim de semana de filmes, sem suspense, sem surpresa? Então o amor
vira carinho? Vira rotina? E se se rompe, sente-se falta, porque o amor era
isso? Um resto de vida? Um resto de si? E, afinal, não é o comodismo que mata o
amor? Ou a gente mesmo que o mata? O mata por não saber mais o que fazer com
aquilo que está dentro da gente. E, já que é mutável, uma constante troca de
lugares, quando se mata a algum sentimento, ele não tendo para onde ir, a não
ser para fora, para um outro alguém, parte.
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