sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Metade

Minuciosamente as regras a compunha: Não andava sozinha pela rua depois das dez da noite, roupa curta dava visibilidade aos estupradores, roupa muito comprida a fazia uma pessoa que não ama seu corpo, se se preocupava muito com a beleza era fútil, se se preocupava muito com a inteligência e livros era mal amada, se era evangélica era tapada, se era ateia era anticristo.  Transformou-se, então, em uma pessoa meio termo, nem alegre nem feliz, nem com frio nem com calor, nem bonita nem feia, nem inteligente nem burra! Meio termo! Quase uma coisa ou quase outra, nunca uma coisa completa, nem duas coisas completas, nem nada completo. Ela era metade... De quê? Não sei! De quem? De todos! Todas as metades que dera pra cada um, restando a outra consigo e pegando do outro para si. Era metade! Nem colando todos os pedacinhos alheios, conseguiu ser inteira!