Nada mais simples do que as palavras ditas no imperativo: Ame!
Esqueça! Siga em frente! Não se importe! Pare! Continue! ... Nada mais simples
do que uma risada amarela quando sua dor é maior do que a dor de quem te ouve.
E então, você percebe que sempre foi um tipo de psicólogo não pago, não retribuído,
que fez mais do que os imperativos, e ainda assim, cá está: mais uma vez
sozinho.
Acredito que esse seja o começo, o fim, e uma boa parte do
tempo em que se vive: na solidão. E não essa solidão de sair do quarto e não
ver ninguém; quero dizer dessa solidão de sair do quarto e esbarrar em quatro,
cinco, seis pessoas que conversam aleatoriamente, e tudo o que você implora é
por um silêncio que não te consuma!
Não quero ligar e ouvir risadas do outro lado, quero ligar e
ouvir: “Ei, estou com saudades, quando vem me ver?”; não quero desculpas
alheias, nem por álcool demais, ou por álcool de menos. Quero palavras que me
reconfortem quando eu não tiver meu
peito pra me recostar numa noite de domingo, e esperar que o dia seguinte,
simplesmente, venha.
E o dia seguinte vem, quem não vem são eles, e eu também não
vou! E eu luto comigo mesma para que eu nunca mais vá... E nesse momento, a
minha decisão é de não ir!
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