Não sei por onde passa, quando passa, e quem tem a sorte de ver passar! Eu sei que passa, mas passa! Eu nunca a vi por aqui, e quando a vejo, no meu leve piscar de olhos, que tanto evito, já é o suficiente para não ver mais. Não é o fato de não querer ver, é o fato de não poder ver.
Taparam meus olhos, prenderam-me na mais sem vontade de viver, e ver o dia raiar. Minha cortina fica fechada para o mundo, e eu nem sei quando e onde ele volteia. Minha cortina fica fechada para o sol, nunca sei se é dia ou noite na minha escuridão!
Fechei-me ao mundo, do mundo, do meu mundo. Vejo a poeira baixa pelo meu quarto, a imensa saudade de algo que não existiu, e a lembrança farta de todas as esperanças que renascem de uma cinza que ainda queima.
Basta-me o tempo, ao tempo, em tempo. Não quero divagar ao mundo, não me quero divulgar ao mundo. Quero-me antes de querer o outro. Mas o outro ainda atrai o ‘me’, e me leva de mim.
Um comentário:
Esta riqueza de espaços me atraiu intensamente para o lado de dentro do texto e me atirou por esses dois lados.
Lindo!
Um abraço, Camila.
Carolina.
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