Sem nem perceber, meus olhos se fecharam e não quis mais me sentir tão mais só. Ao vento, não quero sentir minha mão trêmula, nem meu coração acelerado, e por muito menos minha vida por um fio. Não quero mais ser tudo aquilo que sou e que um dia menosprezei quem fosse. Não quero mais ser apenas uma caminhando rumo ao nada; ao distante. Quero achar meu lugar, minhas pessoas, meu querer. Meu amor próprio que caminha sentido contrário ao caminho que caminho. E que venham as nuvens repletas, cheias e que se esvaziem sobre mim, as gotas não me ferem mais. O desespero já não me alcança, e a luta vadia e insana me atinge, mas não sinto.
Quero o gosto de uma verdade inventada, apenas mais uma vez. E rir um riso contido, mas desesperado em busca do sabor que um dia pensei que nunca mais sentiria. O sabor da mágoa já me toma, e o insosso da vida se desmorona nas ruínas que constroem-se sobre mim.
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