Não tenho rumo, nem história pra contar...
Não tenho essência, não tenho destino, passagens, mulheres, amores, rumores, alguém. Não tenho livros na minha mala, não tenho condições na minha estrada, nem mais tenho brilho no olhar. E sigo, como se seguir fosse descansar dos meus mares, dos meus amores que nunca amei, das lágrimas que nem chorei, e dos sonhos cobertos pelas areias trazidas pelos ventos que vieram do sul.
Desnorteada, mas com o sul bem diante de mim. Desnorteada, com a riqueza que as palavras me fizeram, me trouxeram, e só me coube ser. Agora sou, e não sei o quê, mas tenho dito o que nem palavras diriam. Ao certo, tenho o sul. Mas não sei onde estão as pessoas que um dia passaram nessa mesma estrada, jurando amor eterno e mãos entrelaçadas.
Ao certo, apenas mesmo o sul. Por que tenho em mim a dor de abandonar o que me trouxe amadurecimento, e a angustia de fazer chorar as lágrimas que não chorei por desespero de cair. E a vida fez questão de me trazer o desespero que ampara os meus dias contados no relógio.
Hoje, mais uma semana que me segue, tenho em mim os sonhos e esse muro que me separa da realidade!
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