sábado, 18 de julho de 2009

Desnorteada

Não tenho rumo, nem história pra contar...
Não tenho essência, não tenho destino, passagens, mulheres, amores, rumores, alguém. Não tenho livros na minha mala, não tenho condições na minha estrada, nem mais tenho brilho no olhar. E sigo, como se seguir fosse descansar dos meus mares, dos meus amores que nunca amei, das lágrimas que nem chorei, e dos sonhos cobertos pelas areias trazidas pelos ventos que vieram do sul.
Desnorteada, mas com o sul bem diante de mim. Desnorteada, com a riqueza que as palavras me fizeram, me trouxeram, e só me coube ser. Agora sou, e não sei o quê, mas tenho dito o que nem palavras diriam. Ao certo, tenho o sul. Mas não sei onde estão as pessoas que um dia passaram nessa mesma estrada, jurando amor eterno e mãos entrelaçadas.
Ao certo, apenas mesmo o sul. Por que tenho em mim a dor de abandonar o que me trouxe amadurecimento, e a angustia de fazer chorar as lágrimas que não chorei por desespero de cair. E a vida fez questão de me trazer o desespero que ampara os meus dias contados no relógio.
Hoje, mais uma semana que me segue, tenho em mim os sonhos e esse muro que me separa da realidade!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

... Simples angustia

Sem nem perceber, meus olhos se fecharam e não quis mais me sentir tão mais só. Ao vento, não quero sentir minha mão trêmula, nem meu coração acelerado, e por muito menos minha vida por um fio. Não quero mais ser tudo aquilo que sou e que um dia menosprezei quem fosse. Não quero mais ser apenas uma caminhando rumo ao nada; ao distante. Quero achar meu lugar, minhas pessoas, meu querer. Meu amor próprio que caminha sentido contrário ao caminho que caminho. E que venham as nuvens repletas, cheias e que se esvaziem sobre mim, as gotas não me ferem mais. O desespero já não me alcança, e a luta vadia e insana me atinge, mas não sinto.
Quero o gosto de uma verdade inventada, apenas mais uma vez. E rir um riso contido, mas desesperado em busca do sabor que um dia pensei que nunca mais sentiria. O sabor da mágoa já me toma, e o insosso da vida se desmorona nas ruínas que constroem-se sobre mim.