terça-feira, 24 de março de 2009

Fórmulas!

Senhor, grito!
Traga-me uma bebida forte e sem gelo!
Traga-me fórmulas secretas, discretas,
Todas escritas em linhas retas,
Que me deixem sabendo de uma verdade tola
E inventada!
E que a bebida me faça esquecer
Da insana vida que tenho levado...

E levo, levo, levo...
Nem sei por onde,
Não sei para onde,
Nem sei por quê!
Mas levo, levo e levo
Como se tudo fosse tão distante,
Meus olhos ao longe, me fazem ver
Que apenas levo, a não tão leve
Vida que venho a ter!

Eu disse: venham!
Mas não vieram!
Eu disse: cantem!
E não cantaram!
Eu disse: Amem!
E não amaram!
E não restou mais nada além de uma verdade inventada!
De músicas clichês,
Pessoas sem rg’s
E tempos sem amor!

Quis dizer que não!
Quis dizer: Senhor, onde colocara minha bebida?
Que por agora tenho minha garganta seca,
Meus dedos imóveis,
Meu coração tão desesperado, acelerado,
Isolado dos demais!
Digo que quero me esquecer do passado que perturba,
Dos sonhos que não chegam nunca,
E da vida que nunca tive, mas pensei em ter!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Quebra

Encostei-me na parede, e escorreguei até o chão,
Onde permaneci sentada por um tempo incontável, um tempo
Talvez grande talvez pequeno... O suficiente para que eu,
Pobre ser, decidisse que hoje eu quebraria as regras,
Que hoje eu quebraria as rimas.
Porque hoje pensei em não metrificar,
Quando pensei em escrever,
Quando pensei em levantar!
Quando pensei que pensava, mas não pensava!

Ergui-me, me senti firme sobre minhas pernas,
E caminhei...
Apenas isso!
Sem rumo, sem nada! Pois tudo, não passa do fim!
O fim da estrada...!

Quis dizer que não havia problemas
Quanto a não pensar,
Mas havia.
Havia erros, havia sonhos, havia problemas,
Mas não há mais.
Não há mais erros, não há mais sonhos, não há problemas.
Contrapondo não há acertos, não há realidade, não há solução!

Gritei do âmago aos pulmões que controlam
Minhas vontades vocais,
“Heiii” Como se não houvesse platéia
que assistisse minha vida de camarote, como se eu fosse exposta ao publico!
Eu gritei novamente, e outra vez, e de novo
Neologismos que designavam sonhos...
Inúteis palavras que não mostram nem metade daquilo que sinto!