sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Às ruas!

Caminho pelas ruas com a leveza de uma criança privada da realidade social, e com a frieza de um assassino que escondo atrás de um leve sorriso que trinca a sensação gelada de “ser”.
E desse modo sutil e fingido, arranco sorrisos de estranhos, cumprimentos de culpados, elogios de desocupados, e, raramente, um balançar de cabeça, um movimento leve com a mão ou um sorriso rápido e amarelado de apressados que compartilham comigo o espaço publico de nome rua!
Mas na verdade, nenhuma dessas pessoas que passam por mim, e me encaram, ou que riem de mim, sabem realmente quem sou e o perigo que causo ao mundo... Sou incalculável, sou fria, sou má, afinal, sou humana! Não dá para sentirem ao me verem, o meu palpitar pela realidade de um sorriso de comercial, ou pelo um momento que pode ser único e inesquecível!
... Agora que já esqueci dos meus momentos inesquecíveis, e dos meus amores eternos, e que o brilho dos olhos dos meus amados se ofuscaram posso dizer que tudo é falso. Até que o rio de lágrimas que chorei para esquecer funcionou bem, pois já nem me lembro mais deles!
... Pois bem, meu caro pedestre leitor, quanto tempo durou o seu amor eterno? Quantas das milhares de lágrimas ditas choradas foram reais em toda essa história de amor invisível? Quantos dos sonhos se realizaram?
Tomando por conta que sonhos são ideais, e ideais são tanto para uma tão medíocre realidade!
Olha como é bonito o cair do padrão de vida, e o quebrar da rotina... Isso porque você ainda não viu como é gratificante aos olhos e a alma ver destroçar as regras impostas e seguidas, e poder então levantar a cabeça e seguir em frente com a leveza de uma criança privada da realidade social...

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