sábado, 24 de maio de 2008

Carta a um amado!

Demorei muito tempo para amadurecer e aceitar a idéia de que te amo, por isso, peço alguns minutos do seu tempo para ler com atenção isso que me custa a escrever, e mostrar um pequeno pedaço do grande todo; do amor que sinto, demonstro, e encaro, enfrento, luto contra e perco, me entristeço, choro, e no fim acabo aceitando-o como um pedaço de mim!

Parece até meio clichê essa idéia de escrever palavras que demonstram sentimento, afinal, banalizaram tanto a palavra “Amor” que me sinto até meio sem rumo, sem verdade, ou melhor, sem conseguir dizer tudo o que eu sinto apenas com essa palavra tão variável e que deveria evitar as demais explicações!

Não há nada igual aos filmes, em mim, que quando me vejo sozinha começo a repentinamente pensar em você, com sua imagem constantemente na minha cabeça. Pensar em você é por muito menos do que isso, é por um simples ato de uma pessoa qualquer, ou um sorriso alheio, um dia de sol, um dia de chuva, um dia nublado, olhar o céu azul, o cair das folhas, o amanhecer, o desabrochar das flores, o entardecer, o escurecer, o sonhar, o andar, o correr, o ver um filme, o cantar, o ouvir uma música, o viver, o amar! Tudo isso faz de mim ser uma eterna caixa de lembranças, sensações e desejo de voltar naquele instante e torná-lo eterno!

Desde então muita coisa mudou... Ainda hoje andei pelo destroço do meu orgulho, esse orgulho meu que deixei voar com o vento que batia na janela, logo quando aceitei em mim esse novo sentimento novo, e quando o vento parou de soprar, meu orgulho que voava alto sofreu as conseqüências da gravidade, que o fez desmontar em pequenos pedaços incontáveis.

Tente me entender, agora que ando com meu orgulho ferido, e meus passos tão sem rumo, não encontro motivos suficientes para deixar-me levar mais uma vez pela angustia de viver, e pela dor de amar, por muito menos do que isso deixar-me-ei guiar pelo silêncio que tanto caminhou comigo. Já que minha pobre dignidade partiu com o tempo e junto ao orgulho que me mantinha de cabeça em pé!

Já em um tempo que vi cobrir minha razão por toda a emoção que faz lindo ou horrível cada momento. Que me faz querer viver eternamente aquele segundo, ou ir me matando dia-a-dia! São pequenos atos que me faz querer ou não fechar os olhos e idealizar meu mundo, cobrindo-o com a minha imaginação e minhas alegrias inexistentes, que consumiram e tornaram-se reais, mesmo que, apenas em meus sonhos!

Quantas palavras serão precisas pra dizer que tudo foi inútil, mas que foi intenso, e é intenso? Quantas palavras serão precisas para dizer e repetir que não é brincadeira, que eu não estou falando por falar, e que jamais diria aos quatros cantos do mundo se uma verdade absoluta não reinasse em meu peito!

Não! Nunca quis me enganar, nem enganá-lo com palavras bonitas, e sentimentos ideais! Não! Eu nunca quis dizer além daquilo que já disse, e não há outro porquê pra continuar lutando, brigando e discutindo com a vida! Não seria tão banal assim viver em um mundo de outros sonhos, outras pessoas, outros lugares, com o meu foco somente pra você! Seria muito egocentrismo! É muito egocentrismo!

Agora que perdi minhas palavras, não jurarei amor eterno, nem sentimentos incríveis, por muito menos uma paixão de novelas, filmes americanos! Diria não muito mais do que já disse, e enfocaria o fato de eu ter me perdido quando, sem querer, o encontrei! Ainda que minhas palavras pareçam clichês, e que meus sentimentos pareçam infantis, a infame culpa deixou de ser minha quando meu amor passou a ser seu!

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