Ana preservava em si discursos inócuos, pensava que a
persuasão fosse mais relevante que os atos. Em verdade, Ana tinha medo de
reter-se na caligem. Buscava a poesia, tudo era metáfora, tudo era flores. Fazia
da vida um grande jogral; contava o tempo como quem cantava o mundo e cantava o
mundo como quem devaneia nas irrealidades de um sonâmbulo.
De fato, Ana ia. Rumo a quê, rumo a quem, não sabia! Mas
continuava numa insistência em tempos que balanceava entre findos e infinitos:
Ana mediava os tempos e resguardava os assombros! Receava e incumbia-se disso!
Mas, circular como a vida o é, apaziguava-se em si, e se continha!
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