Aqui de cima vejo pessoas pequenas, com sentimentos pequenos, retidos em si. A correria e a calma; a tristeza, a alegria e a indiferença; o desamor, o amor, o que pensam ser amor; o medo, a coragem, a autodestruição. Aqui de cima, eu vejo, quase vejo, pressuponho, subentendo, imagino, invento, reinvento, me iludo. Aqui, o azul é distante, e quase totalmente repleto, se não fosse o opaco dos prédios.
O que outrora foi euforia, durante a separação do “outra” e do “hora”, no agora, essa euforia foi se afinando intensamente até voltar a ser angústia. Não se sabe de que, de quando, de onde, de por que. Sabe-se que existe, pulsa, realça em cores vivas, intensas, que sobressai pela pele, pelos gestos, pelo toque. Sabe que penetra intensamente ao outro, como miados de gatos recém-nascidos, que imploram por comida.
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