Sento,
debruço-me na mesa em frente ao notebook e as palavras saem de mim, como uma
ideia antiga que parece não mudar. Ou muda! Não sei... A ideia é a mesma, mas o
modo que eu a vejo já não é tão antiga assim. Quero dizer, cada dia eu a vejo
diferente! Na verdade, o que eu estou tentando dizer, e... Eu mesma! Em
primeira pessoa do singular! Hoje falo por mim, não invento, mas... Chega de
divagação! O que eu estou tentando dizer é que, apesar de sempre ver um mesmo fato, sentimento ou ideia, de uma
mesma maneira, o fato, o sentimento e a ideia são os mesmos. Resumindo: O novo me
incomoda!
Ah, meu
Deus, e agora? Quer dizer que viverei em um passado para sempre? Não. É ilógico. Divaguei até agora para dizer que,
apesar do meu medo do novo, eu estou aqui: debruçada na mesa diante ao
computador, no entanto, com meu peito aberto para o que é novo. Digo, não é só
porque tenho sentimentos bons pelo passado, que eu vá me prender a ele; e nem porque
estou aberta para o que há de vir, eu hei de limitar o amor que ainda sinto.
Estou
aberta a pessoas que me façam bem e que respeitem aqueles que já me faziam antes, e ainda fazem, e vão
fazer. Estou aberta, completamente nua de medos, e essa minha nudez está
coberta de esperança e sonhos. Sou livre e me vejo livre para novas coisas com
pessoas que a mim pertencem há muito tempo, e sou livre, mas não tanto, para
conhecer pessoas.
O novo
me incomoda, porque quem tem vindo por último, tem me mostrado um tipo de mundo
que eu não vivo, que eu bloqueio. E tem me mostrado um tipo de pessoa que eu
não quero, que eu não gosto, e que me fecho.