Eu sei! Sempre contrapondo o tudo com o nada, o fim com o começo. E, no entanto, não há o que se encaixa, ou que se contraponha. Eu sei. Não era nada além daquilo, um riso bobo, uma falsidade no falar, uma angústia no peito. Eu sei. Tudo aquilo era o que poderia ser: Um quase alguém, na felicidade de quem aprendeu a conviver consigo, inventando as histórias de um mundo utópico. É fantasia, é brincadeira. Mas toma como verdade absoluta de um tempo inexistente: O agora. E agora?
Eu sei. Não é ninguém. É o vento que bate na janela, que te impede de sair. Eu sei, é a árvore balançando, fazendo cair folhas e mais folhas, depois seca e caem os galhos e o tronco. Eu sei. É o vazio das palavras que deixa ficar apenas uma tristeza leve, que não se vai junto ao vento e fica preso nas folhas da árvore, depois cai, mas nunca morre.
É! Eu sei. Mas quase que não sei nada, e vou levando a vida, como se caminhasse na estrada de mão dupla, não se fico, se volto, ou se vou. Não sei se olho as ruas, a lua ou o sol. Mas eu sei que aqui estou, e fora a isso, já não posso saber tanta coisa.